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Chico Pedreiro - Zé Laurentino

Conheci Chico Pedreiro na cidade onde
Morei. Foi o maior cachaceiro que até
Hoje avistei. Era um degenerado,
Só vivia embriagado e repartia a semana
De uma maneira vulgar:
Dois dias para trabalhar
E cinco para beber cana.

Chico Pedreiro fazia a
Casa de todo mundo, mas a sua ninguém ia,
Pois era um casebre imundo e sua mãe,
Já velhinha, pobre, coitadinha,
Trabalhava pra comer, sem poder mais.
Trabalhava, pois o que Chico ganhava
Não dava nem para beber. Sem leito, sem
Agasalhos, Chico Pedreiro vivia, uma
Colcha de retalhos. Sua roupa parecia
Rosto inchado, braços finos. Até para os
Meninos, Chico servia de graça.
Olhos vermelhos e fundos, bebendo com
Vagabundos, vítimas também da cachaça.

De vez em quando se ouvia uma gritaria, só.
Era Francisco que ia levado pro
Xilindró, soldados lhe escoltando,
A meninada gritando: “Chico Pedreiro, olha o
Touro!” E naquela festa mesquinha de uma
Pobre velhinha,
A gente escutava o choro. Não era outra
Senão a mãe de Chico Pedreiro, que em
Meio à multidão, chorava com desespero.
A gente via em seu rosto o retrato do desgosto:
Um olhar triste, sem brilho, um rosto depalperado,
Pedindo que o delegado
Soltasse o seu pobre filho.

Mas se aquela senhora o delegado atendia,
Quase que na mesma hora, a cena se repetia.
Chico bebia de novo, dizia, prelia ao povo.
Era preso novamente, pois era o jeito que
Tinha. E assim a pobre velhinha sofria
Constantemente.

Um dia, Chico atirou uma
Pedra em um menino e com a pedrada matou.
Chico tornou-se assassino, aí foi preso
De fato para pagar pelo crime que
Cometeu. E quando a mãezinha soube,
Planta em seus olhos não coube. Coitada, ah,
Como sofreu, ficou no maior desprezo,
Morando sem companhia. E onde Chico
Estava preso, toda a noitinha ela ia,
Da grade do outro lado, dizia: “Meu filho amado,
Como te vais neste inferno?” Era um
Tristonho ato, um sublime retrato da
Força do amor materno.

Um dia de manhãzinha, o carcereiro chegou
E aquela pobre velhinha, morta no chão,
Encontrou. Chico Pedreiro chorando,
A mão da mãe afagando. Já depois do
Último adeus, dizia: “Mamãe querida,
Será ótima sua vida na santa casa de Deus.”
Chegou ao fim da empreita, ao
Terminal do seu trilho, mas morreu satisfeito,
Pois morreu perto do filho.
Mãe boa faz, é assim:
Ama, sofre até o fim, seu filho é o seu
Troféu. Seus pecados Deus perdoe.
E mãe boa, como ela foi, tem canto certo no céu.

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